sábado, 5 de maio de 2012

Feira de Artesanato de Brasília

Eu fui a feira internacional do Artesanato de Brasília no mês de Abril, vi muita coisa que já havia vistos nos anos anteriores, andei muito e comprei pouco graças a Deus na realidade comprei apenas um crepe de queijo no palito e uma coca-cola.
Ah comprei um brinco no estande da Rússia que quebrou no mesmo dia e eu consertei, depois ele inflamou na minha orelha, enfim não era um bom dia para compras, mas foi um dia ótimo para fotos...rsrs



















A Super Lua

Há  mais ou menos 1 hr, eu estava tentando ver a Super lua e não conseguia, então depois de um dia de home office (em pleno sábado coisa que detesto) desisti das tentativas de ver a Super Lua da varanda do meu apartamento e resolvi descer e caminhar até a rua em frente ao meu prédio para ver se finalmente conseguia vê-la.
Qual foi a minha surpresa quando desci do apartamento junto com João que estava pra lá de cansado, mas resolveu ser solidário ao meu entusiasmo infantil em ver a Lua e então nos demos conta de que a Super Lua estava exatamente em cima de nós.
Eu não conseguia vê-la porque ela estava em cima do prédio, gigante, mais brilhante que nunca fiquei de cara pra cima, hipnotizada, apaixonada com um encantamento infantil, olhando,  imaginando que ela poderia ser um disco voador enorme prateado, sobrevoando o prédio.
Tudo me encantou a forte luz que ela emanava as nuvens que estavam em volta, fiquei de cara pra cima por vários minutos.
Namorei a Lua, me deixei encantar por ela não senti vergonha do porteiro, nem da sindica que tagarelava sobre um vazamento no ap do oitavo andar (em plena madrugada a mulher querendo dar conta das torneiras alheias) enfim eu estava lá me descobrindo apaixonada pela Super Lua.
Eu sempre me senti muito mais lunar do que solar. A Lua cheia sempre mexeu comigo e hoje ela me trouxe lembranças boas, lembrei da última vez que vi uma lua cheia na praia, tantas outras lembranças boas, gostosas, porém a lembrança mais encantadora e feliz vem da minha infância.
A minha tia-avó Joana sentada no quintal numa noite de lua cheia contemplando o céu e eu pequena acho que tinha uns 6 ou 7 anos,  ficava correndo de um lado para o outro, curiosa e meio inquieta para saber porque ela estava sentada ali olhando pro céu, daí eu perguntei para ela o que tanto ela olhava e ela calmamente me disse que estava vendo São Jorge, eu achei aquilo estranhíssimo, então perguntei o que São Jorge fazia na Lua e ela disse que ele morava lá e eu comecei a olhar para o céu e perguntar onde ele estava que eu não estava vendo. Ela disse que se eu ficasse paradinha olhando com atenção eu iria ver. Eu fiquei, mas continuei sem ver nada daí perguntei novamente como ele era. Tia Joana descreveu a imagem que conheço até hoje São jorge montado no cavalo branco com a sua espada matando o dragão.
Eu fiquei lá olhando com a cara para cima igualzinho a hoje, até que uma hora eu comecei a gritar que eu estava vendo São Jorge e que ele estava acenando pra mim. Tia Joana só fazia sorrir e eu disse que se ela ficasse quietinha e olhasse bem ela veria ele acenando para ela também...hehehehe
Isso faz tanto tempo, eu não me lembro se realmente o santo que mora na Lua acenou pra mim, mas eu me lembro do colo acolhedor de Tia Joana, da sua risada tímida e daquele céu estrelado do quintal. E lembro de sair correndo depois do aceno do São jorge...rsrs
Hoje minha mãe me disse para fazer um pedido para a Lua, eu esqueci de pedir fiquei tão encantada que não pedi nada, porém mesmo sem pedir eu ganhei ela me deu o resgate de uma lembrança tão feliz, inocente e carinhosa.
Agora eu vou dormir e sonhar com esta Super Lua Linda e quem sabe eu não sonho com o São Jorge e com a Tia Joana os dois acenando pra mim lá do céu, acenando da Lua.



Tentativas de capturar a Super Lua com o meu celular...rsrs

Um beijão pra vocês!!!


quarta-feira, 18 de abril de 2012

O que a vida quer da gente ...

A vida é assim:
Esquenta e esfria,
Aperta daí afrouxa, 
Sossega e depois desinquieta.
O que  ela quer da gente é coragem.


 Guimarães Rosa      

                                                                               
Nada é por acaso num dia em que coragem é tudo que tenho de menos, dou de cara com esta frase do Guimarães Rosa.
E sigo tomando minha dose diária de coragem e alegria, afinal o que a vida quer da gente é que a gente VIVA!

Abraços,

sábado, 31 de março de 2012

TE AMO...

Diz tudo de forma simples...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Minha Vida Dupla

Olá Amigas e Amigos,

Eu não aguento mais o peso de carregar uma vida dupla, uma identidade secreta.
Preciso aliviar este fardo e não poderia ser em outro lugar senão aqui no meu  Blog.
Mantenho um segredo a quase 2 anos, eu não sai do mundo da moda como muitos pensavam.
Não abandonei minha paixão pelo "mundinho fashion" confesso que na verdade eu andei confusa, isto é fato, transitei entre a Arteterapia, arte-educação, mas não tem jeito.
Eu quero mesmo é revolucionar o mundo da moda, nem que para isso eu tenha que deixar a máscara cair.
Há  meses eu tenho ido a QNL, com a desculpa de ter montado um grupo de Arteterapia para terceira idade, mas na verdade há poucos dias meu segredo foi descoberto.
E para evitar chantagens eu venho a público assumir.
Após ser flagrada pela minha amiga Regiane Rocha, na porta do meu empreendimento que está revolucionando o mundo da Moda, Modinhas e afins, não tenho como negar...
EU SOU UMA EMPREENDEDORA!!!! Montei uma loja na Feira Permanente da QNL, e quando vou a Goiânia na realidade não é porque tenho aula na pos-graduação.
Eu vou para comprar suprimentos para a JULITA MODAS.
Sendo assim o segredo foi revelado e não serei mais vítima de coação, chantagem ou coisa do tipo.
Também aviso logo que não dou desconto, não vendo fiado e não empresto dinheiro.

 Se cuida Eike Batista eu tô na área e empreendedorismo é meu segundo nome....


Beijos fashionistas para vocês 

PS: O Oscar por melhor montagem e fotografia vai para... REGIANE ROCHA!!!!
Com uma amiga dessas eu não preciso de mais incentivo ela me dá até uma loja via photoshop...hehehehehe



quinta-feira, 22 de março de 2012

O que fazer quando nenhum ato me simboliza?

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

       Traduzir-se  poema de Ferreira Gullar

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Amy... por Robson Bié

Olá Amigas e Amigos,

Apresento a vocês o primeiro post de um convidado no Arte de Julita, meu amigo talentoso e querido Robson Bié  falando sobre dois assuntos que ele entende como ninguém Amy Whinehouse e Moda. Aproveitem!!!

Pois bem cá estou, após tantas promessas.
 Aqui neste cantinho mágico.. estou a ‘’desenhar’’ e desvendar linhas, a pedido e convite da minha amiga querida Juli ., nossa doce menina Julita, nossa imensa mulher Juliana.Pois bem., e o post será sobre um vicio pessoal, uma paixão, um doce se referir assim digamos’...
 E assim se fez, era dia de chuva, era dia de sol, era simplesmente dia, ou por tantas vezes noite,  mais era momento o que é de fato tão importante, ou simplesmente o Instante que já brindado por Clarice salientando sempre que ‘’ se em um instante se nasce, e outro se morre , um instante é muita coisa ‘’.
 E foram sempre nestes instantes que vi pintar uma figura, um momento único de olhar e se apaixonar, ouvir e pensar ‘’porque nunca alguém me cantou tão bem ? ‘’... e vinha de uma voz forte, intensa, fugaz, de pulmões até então fortes, que buscavam ar ao extremo, e se ‘penduravam’ em uma imagem de menina faceira, divertida, com olhar curioso e risada intensa, e já então uma personalidade que me encantava. E de tantos instantes via-se crescer também as dores, os amores, as flores murchas que apodreciam na sua lixeira, como também todas as garrafas ali encontradas, já era algo tão comum.
 E uma imagem de mulher, que foi se transformando em um bibelô frágil, que demonstrava a cada momento que sorrir era doloroso demais, que ter que sonhar era tão importante, mais já não se tinha espaço. Engraçado que até caminhar sobre o próprio salto, já não era tão feminilidade, era buscar forças de onde não se tem, e transformar salto em sapatilhas de balé era um sinônimo de ser tão frágil como cantado por ‘’ A banda mais bonita da cidade – A balada da bailarina torta”. E assim eu vi a ‘minha menina’ se transformar no grito que hoje todos temos engasgados, um Eu Te Amo, que se sonha tanto, vi que amar era algo tão gigante que te fazia pedir aos Deuses uma ajuda, que te fazia entender que amar era um jogo tão perdido ainda assim. Vi por tantas vezes a doce menina, se transformar em mulher, em leoa, pra defender que não precisava se reabilitar precisava amar e acima de tudo ser amada.
Vi tantas vezes minha doce menina, cantar seus demônios, e ter medo algum de ser julgada por isso. Hoje existe uma saudade quase muda uma voz quase afagada por um personagem cheio de máscaras criado por alguém que pouco sabia sobre viver, pouco sabia como suportar e carregar o que é Ser.




segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Carnaval - Com que roupa eu vou?

Olá Amigas e Amigos,

O carnaval  chegou, mal paramos de festejar o reveillon, e acordarmos da preguiça que foi o mês de janeiro já estamos novamente em festa... Eita, gente festeira a desse país. 
Em Olinda  no primeiro final de semana após o reveillon tradicionalmente já tem prévia carnavalesca subindo e descendo ladeira. (Saudade de tudo isso...)
Pensando nas prévias, bailes de fantasia e nos festejos carnavalescos surge sempre a  pergunta:
Com que roupa eu vou? Como montar uma produção para aproveitar os festejos de Momo?
Acho um exercício divertido e criativo, pensar no look para as festas, mas confesso que nunca quis gastar muita grana com isso, afinal de contas são vários dias de festa e não tem bolso que aguente.
Por essas e outras estou aqui pensando em formas divertidas, baratas e principalmente recicláveis de gastar pouco, sair bonita e me divertir neste carnaval.
Nesta primeira postagem a idéia que me veio a cabeça foi sair fantasiada de Frida Kahlo, o bom de construir uma fantasia inspirada num personagem real é poder usar referências fortes, mas também inovar e brincar com a construção ou desconstrução da figura.
Para o look da "Frida Olindense", eu pensei numa saia rodada de chitão, chitinha (do tecido preferido) , com várias pulseiras de plástico ou resina coloridas ( prezar pelo equilibrio entre anéis e pulseiras), flores que podem ser de tecido ou plástico para usar no cabelo, vários colares coloridos e anéis e como toque final o realce no encontro das sobrancelhas com lápis preto, arrematando tudo com um batom vermelho pra realçar o bocão. Caso você tenha o cabelo curto pode muito bem fazer uma tiara de flores ou comprar uma daquelas peruquinhas de carnaval para fazer as famosas tranças da Friduxa. 
O negócio é usar a imaginação e se divertir de preferência gastando pouco.
Até o carnaval espero chegar a uma definição de qual será o meu look, mas enquanto isso, vou compartilhando com vocês as minhas idéias e quem quiser usa-las fique à vontade.

Beijos e bom começo de semana para todos nós.


domingo, 29 de janeiro de 2012

Da Menina


Este desenho,  foi inspirado na música Da Menina da Tulipa Ruiz. 
Ontem  fui dar um passeio no parque próximo a minha casa e aproveitei para levar meu sketchbook, depois de caminhar ouvindo as músicas da Tulipa, sentei embaixo de uma árvore e resolvi deixar as idéias saírem, comecei a desenhar como eu vejo essa menina que está descobrindo o seu corpo e a sua feminilidade. 
É impressionante como a música dela tem efeitos benéficos sobre mim, sempre que as ouço me sinto mais leve e feliz. Não é a tóa que este deve ser o terceiro post falando sobre as músicas da Tulipa, acho que a casa já caiu não é pessoal? Eu sou fã declarada desta cantora, desenhista, artista de voz doce e suave. E suas músicas me inspiram. 
Adoro o fato de além de cantora, ela também ser desenhista, seus desenhos e suas músicas tem uma simplicidade e pureza que de cara me cativam. 
Então com vocês Da Menina - Tulipa Ruiz, segue abaixo a letra da Música.
Descobre o peito
Pinta a boca e beija o espelho
Que reflete a silhueta que você acabou de descobrir
Perfuma a nuca,
Perfuma o pulso,
Sente o seu perfume
E sai de salto por aí...


Por hoje é só...
Beijos

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Unidos pela Arte

Aos meus grandes amigos,

Hoje eu resolvi me derreter em carinhos para alguns dos meus grandes amigos, Fábio Luna ou "Lunga",  Niedja "Nitcha", Aninha e Tati.
 Talvez seja o bichinho chamado saudade, algumas vezes definida como" a necessidade de comer a presença", que seja, está ou aquela definição. O que eu sei é que tenho esperado por um reencontro como este da foto que entre gargalhadas, recordações e piadas fizemos a retrospectiva dos 10 anos de amizade.
Como Fábio solenemente nomeou "10 anos da turma de Artes plásticas de 2001", me senti uma vovozinha quando ele começou a chamar o nosso encontro assim, mas foi um sentimento bom que só as vovós que viveram muito bem suas primaveras sentem, em relação as lembranças do passado.
Pensando neste encontro e nestas pessoas maravilhosas que eu tenho o prazer de conhecer, amar e com quem convivi em alguns dos melhores anos da minha vida, eu agradeço as Artes porque foi através da ponte construída por ela que cada uma dessas pessoinhas entraram no meu coração e estão nele até hoje.
Eu sempre achei que estudando Artes Plásticas eu seria feliz, eu ficaria feliz e graças a Deus eu não me enganei, porque neste período eu conheci pessoas especiais.
Aprendi com elas lições que trouxe para minha vida até hoje, entendi que não é fácil amar as diferenças, aprendi que nem toda briga é em vão, algumas vezes elas são necessárias e que amigos brigam, sim, mas que um puxão de orelha não mata ninguém, nem diminui o amor entre os verdadeiros amigos.
Aprendi a conviver com os diferentes temperamentos porque é impressionante como nós somos diferentes, o reclamão, a conciliadora, a calma, a estressada, enfim cada um do seu jeito tentando falar nas reuniões de trabalho em grupo, contado uma piada no meio de uma discussão séria, fascinados ou escandalizados com as descobertas do mundo da Arte. Do nosso jeito nós equilibramos as nossas diferenças e formamos um belo time.
É isso pessoal fomos unidos pelas Artes plásticas no início de 2001 e estamos unidos até hoje, por uma amizade que vai  resistindo a distância, ao silêncio, a ausência física, porque ela é verdadeira e o melhor ela fica mais firme com o passar dos anos.
Vejo vocês em breve no próximo "Reencontro da Turma de Artes Plásticas de 2001".
Um Beijo grande para vocês.

  

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Música para lembrar - Tulipa Ruiz _ Às vezes





Sempre que eu escuto esta música  me lembro da minha visita a São Paulo, dos dias de andanças com João.
As ruas, metrô, centro da cidade, garoa, engarrafamento, selva de pedra ou seja lá como queiram chamar. 
Eu adorei São Paulo, diferente de Brasília ela é uma cidade que ferve onde as pessoas se esbarram na rua, onde há pessoas nas ruas...rs 
Pessoas muitas vezes invisíveis umas para as outras, porém algumas marcantes por suas peculiaridades, ou pela mesmice que parece uniformiza-las. Toda cidade tem o seu charme, Recife, São Paulo, Brasília...
Aí, aí, eu acho que sou um bicho urbano, porque me apaixono fácil pelas velhas cidades, seus becos, avenidas, por suas histórias e personagens.
Eu gosto é de gente. 
Eu gosto de ver, ouvir as falas,saber das histórias é tudo um grande museu a céu aberto é tudo visitação espontânea.



Museu da Lingua Portugesa - Exposição Fernando Pessoa


Beijos Pessoas!
Curtam a bela voz de Tulipa Ruiz  - Às Vezes

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Frida: "um verdadeiro demônio"


"Quando Diego encontra Frida pela primeira vez _executando-se a cena provocadora da adolescente no anfiteatro da Escola Preparatória _ , ele se impressiona com o contraste entre a magreza do corpo e a beleza inquieta do rosto, e o olhar sombrio, brilhante, tenso, que o fita e o interroga com a sinceridade intimidadora da infância.
Frida não se parece com nenhuma das mulheres que ele conheceu. "

Trecho do livro "Diego e Frida" (Editora Record), biografia escrita pelo francês J.M.G. Le Clézio, Prêmio Nobel de Literatura em 2008

"Ela se tornou primeiro uma lenda, depois um mito e agora uma personalidade venerada", registra Le Clézio em "Diego e Frida" (Editora Record).
Na biografia, Le Clézio conta a história de Frida precedida pela de seu amado Diego Rivera (1886-1957), outro nome central da arte da América Latina. Frida conhece Diego em m 1928, quando ela entrou para o Partido Comunista do México. Os dois se casam oficialmente no ano seguinte e Diego provoca grande transformação na arte de Frida, que adota propositalmente um estilo na época reconhecido como ingênuo. Mas é um “falso naif”, como define Le Clézio, no qual a artista procura afirmar a identidade nacional de seu país – por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.
Estou lendo este livro, devagar, com a calma quero descobrir cada detalhe desta grande vida que hoje se tornou uma grande história.
Fica a dica amigas e amigos que como assim como eu admiram Frida Kahlo.
Beijos !!!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Receita de ano novo




Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)


Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade


Viva ao Ano Novo Chinês, Japonês, Africano, Brasileiro... Viva 2012!!!!!